Ansiedade
Hoje falamos sobre Ansiedade, um problema de saúde que aumentou significativamente desde o COVID e que muitos desconhecem e outros banalizam. Mas se este problema for ignorado pode levar a outros problemas de saúde, até mesmo uma depressão grave.
“Pensar é bom, pensar com lucidez é ótimo, porém pensar demais é uma bomba contra a saúde psíquica, o prazer de viver e a criatividade.”-Augusto Cury
O que é a ansiedade?
Ansiedade é uma sensação comum, que a maioria de nós já sentiu. Surge em situações em que existe uma possível ameaça, seja esta real ou imaginária. Muitas vezes a ansiedade é útil porque funciona como um sistema de alerta do nosso corpo, deixando-nos mais preparados para lidar com qualquer imprevisto que possa acontecer.
Quando encontramos situações que nos deixam desconfortáveis e parecem estar fora do nosso controlo podem surgir alguns sintomas como suores, palpitações, tensão nos músculos, etc. Também é comum quando estamos ansiosos, ou mesmo com medo, pensar que não vamos ser capazes de resolver o problema, que alguma coisa negativa vai acontecer.
Por vezes a ansiedade surge demasiadas vezes ou de forma muito intensa, perdendo o seu papel protector de alerta. Os sintomas podem ser tão intensos que se tornam assustadores e nos levam a pensar que vamos perder o controlo sobre nós próprios, o nosso corpo ou a nossa vida. Esta ansiedade exagerada causa sofrimento e pode significar que existe uma doença.
O que é mais frequente sentir quando se está ansioso?
- Suores, boca seca, visão turva, tonturas, dores de cabeça
- Enjoos, náuseas, vómitos, diarreia ou obstipação, aerofagia (“arrotar”) ou flatulência
- Vontade de urinar frequente
- Tremor, tensão/dor muscular, inquietação ou sensação de corpo preso/bloqueado
- Palpitações no coração ou dor no peito, dificuldade em respirar
- Dificuldade em concentrar-se, alterações da memória
- Sensação de instabilidade, irritabilidade
- Medo de perder o controlo, de ficar louco, ou mesmo de morte a qualquer momento
Como lidar com uma crise de ansiedade?
- Apesar das suas sensações e sintomas serem assustadores, não são perigosos.
- Tentar compreender que aquilo que estamos a sentir é um leque de reações normais do corpo, mas mais intensas.
- Não devemos lutar contra elas ou tentar afastá-las; a sua intensidade irá diminuindo pouco a pouco.
- Tentar não pensar em coisas do tipo “o que pode acontecer?”…”e se eu desmaiar?”… “e se eu perder o controlo?”. Se dermos connosco a pensar ”e se…?”, dizer para nós próprios “e então? Qual é o pior que pode acontecer?”.
- Mantermo-nos no presente: verificar o que realmente nos está a acontecer e não o que pode vir a acontecer.
- Ir classificando o medo numa escala de 0 a 10 enquanto tem a crise; iremos reparar que o medo só se mantém num nível elevado durante alguns segundos.
- Quando dermos connosco a pensar no medo, concentrarmo-nos numa tarefa muito simples, como contar de 100 para trás ou tentar visualizar uma imagem que lhe inspire calma e bem-estar.
- Reparar que quando deixamos de acrescentar pensamentos assustadores ao medo, este vai gradualmente desaparecendo.
- Quando o medo surgir, esperar e aceitá-lo, dando-lhe tempo para que desapareça, sem fugir dele.
- Orgulharmo-nos de nós e dos nossos progressos, pensar como nos sentiremos bem depois desta vitória.
Há tratamento? Quais as vantagens, desvantagens e os riscos do tratamento?
O tratamento pode ser feito com medicamentos ou através de psicoterapia. A medicação é segura e sabe-se que o alívio dos sintomas é mais rápido se também for feita em conjunto psicoterapia. As vantagens são sobretudo a longo prazo, com a melhoria na qualidade de vida e a diminuição do número de recaídas.
O tipo de psicoterapia mais adequado nas doenças da ansiedade é a Psicoterapia Cognitivo Comportamental; o objetivo é aprender a reconhecer os sintomas e a lidar com eles.